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Entenda o Princípio do Prazer de Freud e Sua Influência na Psicanálise Moderna

Bom, o texto de Hoje é sobre o artigo : “Além do Princípio do Prazer“, escrito por Freud, em 1920. Mas não, ele não é o foco principal do meu estudo atual. Na realidade, ainda estou estudando Lacan. Comecei a ler o segundo seminário, “O Eu na teoria de Freud e na técnica Psicanalítica“. Ainda estou no primeiro terço do seminário e ainda não faço ideia do que é o  “Eu” que o Lacan está querendo propor. No entanto, ele fez várias referências a este texto de Freud. Por isso, resolvi estudar e consolidar minhas percepções sobre o conceito de Freud antes de continuar com o seminário. 

Posso dizer que este é um dos textos mais “biológicos” que li de Freud até agora. Para elaborar esta parte da teoria dele, ele passeia pela biologia, desde os seres unicelulares até os multicelulares. Fiquei realmente surpreso pois foi a primeira vez que vi Freud fazer uma associação tão forte entre a teoria psicanalítica e a biologia.

O Princípio do Prazer

Bom, antes de entrar no conteúdo do “Além do princípio do Prazer” (1920), penso que vale a pena relembrar o que é o “Princípio do Prazer”. O texto que estou descrevendo vem cerca de dez anos após Freud escrever a primeira definição do princípio do prazer, que apareceu em 1911, no texto “Formulações sobre os dois princípios do funcionamento psíquico”. 

Confesso que já faz uns 4 meses que li o texto base. Então, não vou me lembrar de todos os detalhes mas, aqui vai a visão geral:

O princípio do prazer nasceu como “Princípio de Prazer-desprazer”. A ideia é que o ser humano tenta minimizar o sentimento de desprazer e maximizar o prazer. No entanto, o princípio do prazer acaba sendo impedido pelo princípio da realidade. A forma mais simples de entender é através de um exemplo:

Imagine um bebê que acabou de mamar. Está naquela fase que mamou até não aguentar mais, babando leite e com carinha de sono. Quase dormindo. Completamente relaxado.

Este estado vai durar por alguns segundos. Ou seja, enquanto a barriguinha do bebê estiver cheia, ele vai estar satisfeito e “curtindo” a vida. A realidade é que, em um ser biológico, o alimento vai ser  “gasto” para manter a vida. Então, a medida de a realidade for se impondo, a barriguinha do bebê vai se esvaziando e o desprazer vai aparecendo. 

Quanto mais tempo demorar para a próxima mamada, maior vai ser o desprazer do bebê. Assim, o sistema psíquico começa a gerar reações motoras. O bebê vai chorar, espernear, chamar a atenção da mãe. Assim, o ser vivo vai fazer o que for necessário para eliminar o desprazer. 

Supondo que a mãe vai entender a demanda do bebê e lhe dar o leite, o bebê volta ao estado de satisfação, recomeçando o ciclo. 

Além do Princípio de Prazer

Freud fala tanta coisa neste artigo que fica até difícil escolher um caminho para começar. Então, vamos por partes. 

Freud pensa que todos os seres querem atingir a homeostase (eu disse que este artigo era extremamente voltado a biologia, não disse?😊 ). A Homeostase é um estado de equilíbrio, pra onde o organismo sempre tenta voltar. Extrapolando a ideia para humanos, queremos sair de um estado agitado e atingir a tranquilidade. Neste contexto, Freud define os instintos. Ou seja, os instintos seriam incômodos/impulsos que levam um indivíduo que está desorganizado/agitado à buscar o seu estado de tranquilidade/conforto. 

Instinto de Vida e Morte

Agora, refinando esta ideia, Freud diz que o ser vivo sai da matéria inanimada e que este estado seria o seu ponto mais estável. Então, os primeiros instintos de um ser vivo seriam focados em morrer. Voltar ao estado inanimado. Sim, eu também achei isso esquisito, mas, até que faz um certo sentido pois ele está falando de todos os seres vivos, incluindo bactérias, etc. O instinto de morte seria o que explicaria os instintos de destruição internos e externos que aparecem no aparelho psíquico humano. 

Em contrapartida, ele também reconhece os instintos sexuais. Este instintos estariam relacionados a permanência da vida. Seriam os extintos que permitiriam aos seres se manterem vivos, até atingir a “imortalidade“.

Mortalidade e Imortalidade 

É bem estranho como Freud parece reduzir, neste texto, toda a experiência humana aos seus mínimos componentes. Ele usa conceitos biológicos como Soma e germes (ou células germinativas). Daria pra fazer quase um paralelo e dizer que o Soma seria o seu corpo, uma armadura protetora para os seus germes (espermatozoide e óvulos). 

A associação aqui seria de que seres unicelulares seriam praticamente imortais. Existem diversas formas de reprodução assexuada, por métodos de replicação, que apenas propagam o mesmo DNA de uma geração pra outra. Neste caso, seriam seres que nunca morreriam, a não ser por causas externas ou por alguma falha na reprodução.

A chave do raciocínio aparece no momento em que aparece a reprodução sexual, com mistura de conteúdo genético. Ali que aparece então a necessidade da morte. Ou, melhor dizendo, do descarte do Soma. Se não fosse assim, haveria uma super população de membros na espécie que poderia ser catastrófica para a própria espécie.

Neste caso, o papel do Soma(corpo) seria proteger os germes(óvulos e espermatozoides) até que eles conseguissem ser propagados para a nova geração. Depois que este papel fosse cumprido, não faria sentido que este Soma(corpo) permanecesse existindo. Então, este é mais um argumento para indicar o instinto de morte. 

Aí, aparece uma nova indagação, se este é este o caso, porque evoluímos ter uma vida tão longa? Por que não, simplesmente morrer após a cópula? A suposição pra isso viria da mistura genética. É um trecho pequeno que ele menciona isso mas me chamou a atenção. Através de observações de seres unicelulares, Freud supõe que após a reprodução assexuada, os novos seres ficam relativamente com a mesma energia, sem demonstrar praticamente qualquer alteração na nova vida (Homeostase pura…).

No entanto, quando existe mistura de material genético (reprodução sexuada), Freud percebe que os novos seres parece mais “animados” que a geração anterior. Assim, supõe que esta mistura gera energia. Esta energia extra é que vai impulsionar o novo ser a fazer mais do que “apenas” viver. Multiplique isso por algumas dezenas de milhares de anos de energia extra circulando e temos milhares de pacientes com ansiedade por não saber como lidar com a própria libido ( Eu que assumi isso, não Freud 😁). Assim, esta energia extra é que vai compor todos os instintos do Eu, os Instintos de Vida. 

Angústia, Medo e Terror

Outro assunto interessante neste texto é a definição de “Angústia”, “Medo” e “Terror”. A princípio, Angústia seria uma particularidade do Medo. A Angústia seria o sentimento que aparece quando é colocada uma ameaça imaginária. O Medo é o sentimento que surge quando aparece uma ameaça real. O Terror é um sentimento de medo que aparece quando o aparelho psíquico não está preparado para lidar com ele; o Terror seria um dos responsáveis pela marcação de traumas. 

Lacan dá um bom exemplo para ilustrar estas diferenças. Ele explica que existem algumas espécies de louva-deus em que a fêmea mata o macho após a cópula. Então, se pudéssemos colocar uma pessoa com uma máscara ao lado da fêmea após uma cópula, sem dizer pra pessoa o que a máscara representa, teríamos um caso de “Angústia”. Afinal, se a pessoa estivesse com uma máscara de macho, ela iria morrer. Se ela estivesse com uma máscara de fêmea, ela não seria morta. Então, numa situação destas, a pessoa mascarada estaria com angústia pois não saberia se seria atacada e morta ou não. Se a pessoa soubesse que estava usando uma máscara de macho, a pessoa estaria com “Medo” pois, neste caso, teria certeza de que seria atacado. Muitos autores dizem que a angústia é pior do que o medo, justamento devido a esta incerteza do que vai ou não acontecer. 

O Terror, seria um caso onde o medo é imposto em uma situação totalmente inesperada. E pode ser tão forte que desorganiza todo o aparelho psíquico de forma a criar um trauma. Seriam casos, por exemplo, de estupro ou de morte, algo que não era esperado, aconteceu, e o aparelho psíquico não estava esperando tal acontecimento. Vale lembrar que Freud escreveu este texto após atender diversos soldados e familiares de soldados que estavam voltando da guerra. Estes atendimentos foram que o instigaram a fazer a primeira grande revisão de sua teoria dos sonhos.

Critica Ao “Sonho como Realização do Desejo”

Neste texto, é a primeira vez que Freud faz uma revisão na ideia original que propôs em seu livro de interpretação de sonhos, que foi publicado em 1900, e é considerado como a obra que deu início à psicanálise. Com o aparecimento dos conceitos de Angústia, Medo e Terror. Existiam alguns sonhos que não podiam ser explicados pela teoria prévia, de que todos os sonhos eram realização de desejos. Essa percepção veio após analisar muitos pacientes que experienciaram a guerra ou tiveram familiares que foram enviados para a guerra e foram mortos. 

Os sonhos destas pessoas eram, na realidade, repetições dos acontecimentos traumáticos. Ao invés de sonhar com o salvamento de um amigo ou com o retorno de um parente saudável, as pessoas estavam sonhando justamente com a morte das pessoas amadas ou com o não-retorno dos mesmos. Ou seja, o contrário do que efetivamente desejavam.

Então, Freud evolui sua teoria de sonhos descrevendo que os sonhos podem também vir a ser uma forma do aparelho psíquico se organizar para lidar com um evento traumático após o ocorrido. Como disse na sessão anterior, o Terror é algo inesperado e, neste contexto, pegou o aparelho psíquico de surpresa, agora ele precisa se ajustar para elaborar o trauma.

O aparelho psíquico precisa “reviver” o acontecimento traumático para que possa “processar” o que aconteceu. Então, sonhos repetitivos sobre acontecimentos desagradáveis, que levavam o sonhador a campos de batalha, confrontos, etc. seriam uma forma do aparelho psíquico reapresentar aquela situação ao sujeito para que ele pudesse elaborar aquele acontecimento. Ou seja, um sonho de terror, seria o aparelho psíquico apresentando para si mesmo (via sonho) a mesma situação traumática que já aconteceu para que ele possa se organizar e encontrar um caminho para a  estabilidade. 

Um pequeno adendo meu aqui: 

Esta repetição de fatos traumáticos também poderia ser levada em conta no caso de atendimento de pacientes. Sabe aquela pessoa que tem o famoso “dedo podre”, que só se envolve em relacionamentos ruins, ou que nunca consegue se dar bem com o chefe, etc. ? Então, estas repetições que aparecem na vida da pessoa podem ser também, formas inconscientes desta pessoa se colocar nas mesmas situações, tentando resolver os traumas que tem “pendentes”. 

Seria algo como se a pessoa não conseguisse se manter num emprego pois todo mundo sempre implica com ela. Passou por vários empregos e sempre se sentiu perseguida. Este ciclo parece se repetir há anos e em diversos empregos. 

Num caso destes, pode ser que exista um trauma anterior, por exemplo, esta pessoa pode ter sido muito criticada pelos pais e nunca foi validada, nunca teve a chance de falar sobre isso com eles. Assim, a repetição da situação do trauma pode ser justamente buscando lugares para trabalhar, onde o ambiente seja tóxico e caótico.

Ela estaria buscando alguém para imitar o relacionamento ruim para com os pais ? Sim e não… Sim, ela tenderia a buscar este tipo de ambiente, mas não para que ela encontrasse satisfação, mas para provar pra ela mesmo que ela consegue fazer com que as pessoas gostem dela e pra receber elogios.

Este desejo inconsciente estaria relacionado justamente com o fato dela não aceitar que as pessoas brigassem tanto com ela, então, é como se o inconsciente desta pessoa procurasse um lugar com muita gente brigando, justamente pra que ela conseguisse tentar se dar bem todos, de forma a elaborar o trauma inicial. Se ela conseguir se dar bem com todos, seria como se estivesse provando que também conseguiria se dar bem com seus pais.

Claro, este tipo de repetição, nem de longe seria ideal. Ela está fazendo isso sem saber que está tentando elaborar um trauma. A conversa com uma analista seria justamente pra que ela possa entender o que está acontecendo e pra que possam encontrar, juntos,  outras formas de lidar com esse trauma, preferencialmente, de forma mais construtiva e não tóxica.

E o Eu ??

Bom, mais uma peça de Lacan em cima da gente. Depois de ler quase o texto todo, só lá no finzinho, que Freud finalmente fala do Eu. 

Neste artigo, Freud não especifica o Eu, mas ele o usa e assim podemos entender o que quer dizer. Freud usa o Eu como uma entidade separada. O Eu psicanalítico não seria o Eu biológico ou corpóreo. Para separar o Eu pessoa do [Eu] da psicanálise, Lacan usa os parênteses. 

Fica entendido que Freud assume que o [Eu] (da psicanálise) é uma entidade que cuida da interação entre a realidade e o inconsciente. Ou seja, assumindo que existem estes instintos de vida e morte, a fuga do desprazer e a busca pelo prazer, faz-se necessária uma “força” que gerencie todos estes impulsos e os fatore no mundo real. O [Eu] seria esta entidade. 

Aí já sou eu, Luciano falando: Eu associo o [Eu] a este serzinho que fica conversando dentro da sua cabeça. No decorrer do dia, múltiplas vontades vão aparecendo: Quero almoçar, quero fazer xixi, quero beijar aquela garota. Se fôssemos fazer tudo que quiséssemos, na hora que a vontade batesse, íamos acabar presos. Então, quando estas vontades aparecem, é esta voz na sua cabeça, o [Eu], que está se movimentando e tentando, dentro do que a realidade permite, executá-las ou não. Neste ponto o [Eu] pode disparar a fantasia para elaborar algum plano; ou, pode decidir que algo simplesmente não pode ser feito; ou, no melhor caso, pode te permitir fazer o que quer fazer. 

Então, o [Eu] na psicanálise parece estar bastante conectado ao Ego. Com o papel de fazer a interface entre os impulsos internos e externos e te auxiliar a balancear suas necessidades, voltando àquele estado de tranquilidade que você, em teoria, quer encontrar.

E agora vamos voltar ao seminário 2 de descobrir o [Eu] de Lacan !!!

Explorando o Mundo das Tags: A Evolução da IA e o Impacto na Sociedade

Lí um artigo muito interessante de Christian Dunker no UOL (recomendado pelo Jonas Boni, muito obrigado 😊 — Tagueamento ) . Nele, Christian faz uma avaliação do mundo dominado por Tags. Ou seja, baseado em rótulos, características, etc. Objetos e pessoas são rotuladas e os lojistas estariam buscando o match. Ou seja, ofereceriam os produtos baseados no que sabem do produto e do potencial consumidor. 

A parte social e antropológica da coisa, tendo a concordar com a crítica de Dunker. Grupos de pessoas que se recusam (seja por serem estrangeiros, serem por apenas não gostarem do mundo digital) a fornecer dados, passam a ter um tratamento de “segundo” nível. Não seria algo proposital, mas, por ter menos dados sobre o consumidor, os empreendimentos tendem a errar mais no que oferecem. E, com automação de postos de trabalho, existem menos pessoas para atender este grupo  “off-line”. Para saber mais, dêem uma olhada no artigo do Christian. 

Agora, isso tudo se aplica numa escala bem menor nos sistemas de Inteligência Artificial atuais. Hoje, estamos numa transição entre os sistemas de classificação para os sistemas generativos. Como este é um texto para psicanalistas, vou tentar me conter o máximo possível da parte técnica de Inteligência Artificial para tornar o conteúdo o mais palatável possível.

No passado (e talvez em boa parte dos sistemas ainda existentes… Pois a IA ainda está amadurecendo nas corporações…), tínhamos um conjunto de rótulos associados a um produto e um conjunto de rótulos associados ao consumidor. A forma de criar estes rótulos era extremamente precárias, poderia ser uma pessoa especialista (alguém que era especialista em vinho e dizia quais os rótulos daquela garrafa de vinho) ou, por processos estatísticos (conte quantas vezes a palavra azedo aparece na descrição daquela fruta e se for maior que 10, atribua o rótulo ‘azedo’ — o que era pior ainda…). 

Com o advento da IA Generativa, tudo isso está mudando. Ainda é possível usar a IA para agrupar e classificar objetos e pessoas. No entanto, esse, para mim, não é o objetivo dos sistemas atuais. Para entender melhor a IA atual, vamos relembra Platão

Platão propôs o “Mundo das Ideias”. Esta é uma parte central de sua filosofia. Ele diz que, existe um lugar onde todas as ideias coexistem em um mundo perfeito e imutável. Nossa alma passaria por este mundo e viria para o nosso. Então, o aprendizado aqui em nosso mundo “real” não seriam mais do que  a lembrança do que, em algum momento, teríamos visto no “Mundo das ideias”. 

O que a IA está mostrando é que Platão pode estar certo. Vou precisar de um pouco de imaginação aqui para não usar termos técnicos. Imagine que existem múltiplos mundos de ideias em um multiverso (sim, estamos falando de múltiplas dimensões, a maior parte das IAs hoje usa mais de 256 dimensões para definir qualquer palavra — e estas são as pequenas… O GPT usa mais de 1000 dimensões ). 

Cada um destes mundos de ideias está em uma folha de papel, neles, as ideias estão organizadas de forma aleatória. Por exemplo, em um mundo, todos os vinhos estão no canto direito, em outro mundo, tem informação sobre vinho pra todo lado, distribuídos de forma extremamente caótica. Então, quando treinamos a IA, estamos, de fato, escolhendo qual destes mundos ela deve usar para encontrar as suas respostas. Quando encontramos um mundo em que ela consegue responder as perguntas que fazemos, elas está pronta para ser usada. 

Agora, vamos às tags. Como disse, este mundo de ideias tem todas as informações existentes sobre tudo que existe, existiu ou ainda vai existir. Sei que é quase impossível imaginar isso, mas, Platão já imaginou isso há centenas de anos e nem calculadora tinha naquela época 😊 Então, acho que vocês também podem.

Da mesma forma do mundo com os vinhos organizados existe, vai existir um destes mundos onde todo o conhecimento do Christian Dunker, do Jonas Boni ou o seu está catalogado e organizado. Então, ao coletar dados hoje, não estamos mais buscando quantas vezes o Christian escreveu sobre a França. Estamos procurando onde existe um mundo de ideias que contenha tudo que o Christian já escreveu até hoje e que estejam mais ou menos agrupados no mesmo lugar. Ao achar isso, vamos encontrar tudo que o Christian já escreveu e, por tabela, tudo que ele poderia ter escrito sobre qualquer assunto. Na realidade, encontramos o “Mundo Christian Dunker“.  Assim, os novos sistemas de IA não vão mais taguear ninguém. Eles vão encontrar a sua “representação digital” e perguntar pra esta representação “qual é o vinho que você gosta?” , “O que acha sobre às olimpíadas?”, etc.

A questão dos dados continua. Quanto mais dados dermos para a IA, mais próximo ela vai chegar do mundo real do que te representa. No entanto, como Lacan mesmo dizia, seria impensável encontrar o mundo “Real” de C. Dunker ou de quem quer que fosse pois, somos sujeitos partidos, a nossa subjetividade ficará sempre de fora do nosso discurso (simbólico). Com isso, teremos de nos contentar em encontrar a melhor representação possível do nosso mundo (por isso a IA também erra…). Daria até para dizer que o grande outro (sistema de coleta de dados) também é partido, pois depende que quem o programou e como os dados são coletados (algo vai ficar de fora…). Então, assim como uma comunicação humana, quem fala, não fala tudo o que quer dizer e, quem escuta, não entende tudo que foi falado. Assim, temos de nos contentar com apenas o melhor “Mundo das ideias” de conseguimos encontrar. Então, o tagueamento não está morto, mas está evoluindo pra algo bem mais interessante.