Ilha Anchieta: Um Relato Pessoal de Encantos e Aventuras
Uma Celebração de Ano Novo Inesquecível no Hostel Green Haven – Na virada de 2023 para 2024, tive a alegria de me hospedar no Hostel Green Haven, localizado na paradisíaca Ilha Anchieta, perto de Ubatuba-SP. A poucos minutos de lancha do continente, a ilha se revelou um refúgio perfeito para começar o ano novo.
Descobrindo Praias e Histórias – Fiquei encantado pelas praias, especialmente a Praia de Palmas, com suas águas calmas e areia extensa, ideal para relaxar. A ilha também guarda um passado intrigante, marcado por uma antiga prisão e uma rebelião. Conversas com moradores locais, como o Sr. Celio, que vivenciou a rebelião na infância, trouxeram a história à vida.
Tranquilidade e Exclusividade – A abertura recente do hostel, em 2023, significava menos movimento e mais exclusividade, especialmente nas manhãs. A chegada de visitantes aumentava gradualmente, mas a ilha mantinha sua atmosfera pacífica e encantadora.
Interação com a Natureza – A ilha é um santuário de vida selvagem, com águas cristalinas e densas florestas. A experiência de ver animais como arraias de perto foi inesquecível, sempre respeitando a regra de não interagir ou alimentar os animais.
Noite de Histórias e Estrelas – A noite de 1º de janeiro foi mágica, com conversas enriquecedoras no restaurante da ilha. Histórias locais, como a do ataque de um pássaro “quero-quero” a um visitante desavisado, adicionaram um toque de humor e aventura à estadia.
Acomodações com Sabor de História – As acomodações no Hostel Green Haven combinam conforto e história. Fiquei em uma parte reformada do antigo presídio, proporcionando uma experiência única e confortável, apesar de um pequeno inconveniente com o ventilador do quarto.
Gastronomia Local e Dicas – restaurante da ilha serviu pratos saborosos, mas para uma estadia mais longa, recomendo trazer lanches adicionais, já que os quartos não têm frigobar.
Escolha de Transporte – Uma Aventura à ParteA viagem de escuna é uma experiência encantadora por si só, mas optei por um táxi aquático para mais flexibilidade. Vale a pena considerar suas opções de transporte para aproveitar ao máximo a viagem.
Conclusão – Minha estadia na Ilha Anchieta foi uma descoberta de beleza, tranquilidade e aventura. Espero que este relato inspire outros a explorar este destino maravilhoso. Desejo um 2024 cheio de descobertas e aventuras no Hostel Green Haven!
A virada do ano de 2023 e 2024 foi no Hostel Green Haven, na Ilha Anchieta, na cidade de Ubatuba-SP. Uma ilha paradisíaca à cerca de 10 minutos de lancha do continente ou 30 minutos de escuna.
Quanto à ilha, um dos lugares mais lindos que já conheci. A maior parte das praias era de tombo, ideal para mergulho. A praia de Palmas é a praia com faixa de areia mais longa, rasa e de águas extremamente limpas e calmas. Ideal para passeio e banho.
A história da Ilha é um pouco sinistra. Era uma unidade prisional que ficou conhecida por uma grande rebelião. Muitas pessoas morreram na ilha e a história da ilha continua vida com funcionários e convidados do Green Haven. Com destaque para o Sr. Celio que era menino durante a rebelião e chegou a ficar detido em uma das celas enquanto os detentos tentavam sair da ilha. Uma testemunha viva que encontrei sentado logo em frente ao guichê de check-in, sempre sorridente e disposto a contar suas histórias aos visitantes da ilha.
O Hostel foi aberto este ano (2023) e ainda é pouco conhecido. Acho que pra nós, que estávamos hospedados, foi o grande bônus. Visitantes externos começavam a chegar à ilha logo as 7h da manhã. Mas ainda dava pra contar em uma única mão o número de barcos ancorados nas praia da ilha até as 11h da manhã. O grande volume de visitantes começava a aparecer somente lá pelas 11h30, quando as grandes escunas começavam a chegar. Lembrei de alguns hóspedes gritando, “Os Portugueses estão chegando!!!”, se colocando no lugar dos nativos das ilhas quando viam aquelas embarcações gigantes no horizonte. Uma experiência realmente sem igual. As grandes escunas começavam a se retirar da ilha ali pelas 15h30. Ou seja, entre 16h e 7h da manhã, a população total da ilha permanecia com menos de 100 pessoas. Na maior parte do tempo, as praias eram só nossas. O que podem perceber bem nas fotos, que consegui fazer com praticamente todas as praias vazias, apenas eu e a vida selvagem.
Com águas limpíssimas e densas áreas florestais protegidas, os animais praticamente se entregam ao visitantes. Pra marujos de primeira viagem como eu e a Barbara, foi incrível, mergulhar nas águas claríssimas da praia de Palmas e, do nada, ver uma Arraia saindo nadando ao nosso lado, como se nada estivesse acontecendo… realmente incrível! Em terra, uma grande variedade de animais e pássaros. Eu não registrei nem um décimo do que existe na ilha (se o @greenhavenilhaanchieta me convidar, volto pra registrar o resto !! 😁). A principal orientação é de que os visitantes não devem interagir com os animais e nem alimentá-los. Tudo que é da ilha permanece na ilha. Regras que geraram algumas histórias engraçadas.
Na noite do dia primeiro de janeiro, nos reunimos para conversar no restaurante da ilha após o jantar. Não vou conseguir lembrar o nome de todos, mas foi ótimo. Um dos funcionários (se alguém lembrar o nome me avisa… que atualizo aqui… ) estava nos contando que, certa vez, um visitante estava sendo atacado por um pássaro “quero-quero”(e estes pássaros são os DONOS da ilha). Incrível, deve ter uma família de uns 5 pássaros mas, pra onde você for, eles estão lá… e não sei se já conhecem estes pássaros, mas são muuuuiittooo invocados. Eles costumam fazer ninhos no chão e, neste caso, ficava bem no meio das ruínas da penitenciária. Aí, qualquer um que tentava passear por ali recebia rasantes e era colocado pra correr pelos pássaros, uma aventura boa😁. Podem procurar que uma das fotos é de um destes mini-caças voando direto em minha direção !!! Mas, voltando ao assunto, o guia estava nos contando que os quero-queros estavam circulando o menino e dando revoadas nele. Mesmo sendo encrenqueiros, também não era pra tanto, foram verificar e o menino tinha colocado um filhote de quero-quero na mochila !!! Inacreditável!!! Isso, sem contar nas histórias de gritos que se escuta na floresta no meio da noite, que dão arrepio só de contar. Nesta parte, não vou falar muito pra não perder o suspense e também pq sou medroso e fiquei no grupo paralelo dando risadas e vendo fotografias o resto da noite.
Esta foi a primeira virada de ano com hóspedes na ilha. Foi uma experiência incrível. Acho que se contássemos todas as pessoas ali, não devia chegar nem a 80 pessoas, contando funcionários e hóspedes. A esta altura, praticamente todos os hóspedes e funcionários já se conheciam e já haviam se tornado amigos. Então, os funcionários abriram a roda de violão e todos cantaram juntos na passagem do ano. Um grupo mais aventureiro ainda resolveu seguir para a Praia de Palmas após a ceia, de onde pudemos curtir as estrelas em um escuro quase que absoluto.
Os fogos do continente quase não foram vistos da ilha. Conseguíamos ver o estouro de alguns, mas como era muito longe, não aproveitamos muito. A festa ficou mesmo entre os hóspedes e funcionários. Sem contar a Capivara que veio caminhando no meio de todo mundo, um pouco depois da meia-noite, pra pular suas ondinhas e tomar seu banho de mar. Foi a primeira vez que avistamos a capivara na ilha. Incrível que ela resolveu aparecer bem no meio da nossa festa. Não tínhamos música alta nem fogos, acho que os animais estavam se sentindo mais do que seguros ali. Vale ressaltar que, mesmo sem grandes recursos, até um forrózinho conseguiu sair na virada de ano. Sensacional !!
As acomodações da ilha são muito boas para o sistema de Hostel. Então, os visitantes precisam estar cientes da aventura. Como é uma área de preservação, não podem ser erguidos novos prédios. Os visitantes dormem em construções do antigo presídio que foram reformadas. No nosso caso, ficamos onde era o antigo ambulatório da ilha, se não me engano, eram 5 quartos e uma sala ampla. Um banheiro feminino e outro masculino, compartilhados pelos hóspedes. Não conheci os demais quartos, no nosso tínhamos 3 tomadas 220v, um ventilador e duas camas de solteiro. A única questão que tive com o quarto era que achei o ventilador, mesmo ligado no mínimo, muito forte. Então, fazia muito barulho e vento o que me fez dormir com ele desligado em todos os dias. Isso poderia ser um problema se o tempo não tivesse “esfriado”. Como haviam poucos homens na casa, o banheiro compartilhado não foi um problema, acho que as meninas tiveram que se organizar melhor para dar tudo certo. E escutei algumas reclamações de outro quartos com relação ao número de tomadas.
Outro ponto de atenção é a parte de alimentação da ilha. Embora o restaurante seja ótimo para os visitantes de um dia. Acho que poderiam oferecer mais opções aos hóspedes com estadia mais prolongada. O Restaurante é a única fonte de alimentação da ilha. Como eu não sabia disso, não levei comida alguma. Então, vivi 4 dias a base de porções e hambúrgueres. Que, embora sejam saborosos, me deixavam com saudade de comer frutas e saladas. Então, acho que, até que ampliem o restaurante, eu recomendaria fortemente que os hospedes levem alimentos como bolachas e petiscos. Como os quartos não tem frigobar, também acaba deixando as opções de comida extra bem limitadas.
Pra terminar, falta falar do transporte. Como eu não conhecia, resolvi comprar uma passagem de escuna para chegar a ilha. A viagem de ida foi excelente, acabamos chegando atrasados devido ao trânsito das estradas de Ubatuba mas nos esperaram e deu tudo certo. Todos com quem interagimos nesta viagem foram extremamente agradáveis. A viagem foi maravilhosa. Apenas preciso registrar que, via escuna, você está comprando um passeio e este passeio não termina na ilha. Ou seja, no nosso caso, saímos do continente e fomos para a ilha, descemos na primeira escala. No entanto, quando fomos fazer o caminho de volta, na mesma escuna, percebemos que teríamos de continuar o passeio daquele dia. Ou seja, iríamos sair em torno de 15h30 da Ilha Anchieta e visitar outra ilha (não sei o nome…) até as 17h. Como já deu pra imaginar, eu não sei o nome pois resolvi voltar direto para o continente e acabei pegando um “taxi” em uma lancha. Assim não fiz este segundo percurso de escuna. É bom saber disso antes de decidir qual transporte vai te levar para a Ilha.
Que me lembre, é isso. Eu e a Babi adoramos a hospitalidade de todos do hotel, escuna e lancha. Ainda encontramos novos amigos que pretendo manter pro resto da vida. Espero que este log tenha te ajudado a saber um pouco mais sobre a linda Ilha Anchieta e nossa viagem. Espero que gostem tanto das fotos quanto gostei de fazê-las. Um grande Abraço e um Ótimo 2024 a todos.