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Real


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Este texto é referente a terceira e última questão do módulo de Lacan, do curso de especialização em Psicanálise.

Esta é a pergunta:

Lacan, no seminário livro X “A angústia” (1962-63), correlaciona o Real ao “-p” (menos phi) do registro Imaginário e o Real ao “Nonsense” do registro Simbólico. Explicite como Lacan extrai esses constructos teóricos sobre Real, no seminário citado. Como o Real pode ser lido como causa para a Subjetividade?

E aqui está a resposta:

Este texto é referente a terceira e última questão do módulo de Lacan, do curso de especialização em Psicanálise. 

Esta é a pergunta:

Lacan, no seminário livro X “A angústia” (1962-63), correlaciona o Real ao “-p” (menos phi) do registro Imaginário e o Real ao “Nonsense” do registro Simbólico. Explicite como Lacan extrai esses constructos teóricos sobre Real, no seminário citado. Como o Real pode ser lido como causa para a Subjetividade?

E aqui está a resposta:

Imaginário, Simbólico e Real

Para facilitar a conversa sobre o Real, precisamos entender o Imaginário e o Simbólico. Não vou me alongar muito pois já existe um post para cada um destes termos aqui. No entanto, aqui vai uma revisão rápida.

O imaginário é composto pelas “imagens” que o sujeito apreende do mundo. Estas imagens vão montar sua personalidade e conceitos de bom, mal, dor, amor, etc. Poderíamos grosseiramente dizer que a tópica do Imaginário é o que permite ao sujeito capturar o mundo. As imagens são coletadas através da lente do sujeito e monta uma “biblioteca” de marcas imaginárias que vão permitir que sujeito tenha sua própria concepção de mundo.

O Simbólico é a transformação destas imagens em linguagem. Normalmente, podemos associar (mas não limitar…) a linguagem falada mesmo, com palavras(significantes) e significados (que distinguem e trazem sentido aos significantes.

O Real seria a terceira grande estrutura de Lacan. Embora seja de extrema importância, talvez seja a mais complicada de ser definida. O Real é o que FALTA (dialética novamente) no imaginário e o que não pode ser expressado no simbólico.

O “-p” (menos ‘phi’)

Acredito que se você está aqui é porque já leu a sessão que explica a tópica do imaginário. Então, já deve ter uma boa ideia sobre o aparato com espelho curvo que Lacan utilizou para explicar como as imagens se formam, com uma parte real e outra imaginária, gerando o repertório de imagens que são apreendidos pelo sujeito. 

Bom, como disse anteriormente, o Real seria o que falta naquela imagem. Ou seja, se considerarmos que o sujeito que observa está vendo uma imagem imaginária, que é composta pela superposição do que realmente existe, em cima do que é suposto(imaginado) pelo sujeito (ou vice-versa), existe um “ruído” nesta superposição que é “aceito” pelo observador como sendo suficiente.

Imagine que vocês chegaram aqui, na minha casa, e é a primeira vez que vocês vieram até aqui. Então, na estante, parece que os livros têm uma folguinha entre eles. É possível tirar alguma conclusão disso? Várias suposições são possíveis: “Pode ser que o Luciano seja desorganizado e não arrumou os livros.”, “Deve estar faltando um livro!”, “Alguém pode ter esbarrado nos livros?”, etc. No entanto, todas estas opções podem estar certar ou erradas. Não é possível dizer com certeza o porquê dos livros estarem daquele jeito.

Não é possível que vocês tenham certeza de que existe um livro faltando, a menos que, anteriormente, vocês tenham visto o livro no lugar.

Com o menos phi, estamos falando exatamente disso. Aquela imagem que foi gerada pelo espelho curvo e que ser tornou imaginária, quando visualizada através do espelho plano, é uma “boa” explicação da realidade, até que algo mude. Este algo que muda/perturba é o “-p” (menos phi).

Um exemplo mais prático poderia ser: 

Você terminou com sua namorada, passou algum tempo e sua vida voltou ao “normal”. É uma realidade aceita que você está solteiro(a) e que tudo está caminhando bem. Você não percebe nada faltando nesta realidade que está sendo projetada no espelho plano. A vida é do jeito que você espera que seja. Aí, em um determinado momento, passa alguém na janela que te chama a atenção. Pronto! Aquela imagem… tranquila… que já estava bem acomodada dentro de você e que te deixava satisfeito(a) parece que ficou distorcida. De repente, parece que tem algo faltando ali. Aparece uma certa angústia que você ainda não sabe muito bem do motivo. Bom, agora você sabe, é o “-p” (menos phi) que se fez perceber.

Então, esta historinha é para ilustrar o que seria o Real. Real, no campo do imaginário, seria esta “alguma coisa” que não está expressa na imagem. Você nem sabe que está ali, mas que, quando é percebida (e não disse vista de propósito pois não pode ser vista…) te lembra da falta. Te lembra de que aquela imagem que você tinha de mundo não estava completa e te faz se mover para tentar encontrar o que está faltando.

O “nonsense

nonsense, seria o Real aparecendo no campo do Simbólico. Parecido com o caso do imaginário, daria para inferir que, já que este “nada” do Real não é visível no imaginário, ele também não pode ser expresso no Simbólico.

Isso seria uma saída bem lacaniana, onde eu poderia dizer que a sessão acabou e que vocês podem ir pra casa pensando nisso. Mas, eu detesto este corte rápido… não tem graça nenhuma aqui no texto 😁. Então, vamos nos aprofundar um pouco mais nisso.

Para ser sincero, eu não encontrei em lugar algum do texto de referência no seminário 11, “Angústia”, de Lacan, a referência a palavra nonsense. Então, estou supondo que aqui o nonsense está relacionado ao “sem sentido” que aparece várias vezes.

Eu acabo vendo este sem sentido com a impossibilidade de expressar algo pela linguagem. Ou seja, para mim, isso ainda é uma segunda fonte de ruído. Imagine que a primeira fonte de ruído está lá nesta transposição da imagem real para a imaginária. Ainda precisamos contar que o sujeito precisa ter repertório de significantes suficientes para espessar o que está nesta imagem. Ou seja, existe a possibilidade de aparecer um sentimento que a pessoa nunca experienciou antes e que nunca percebeu ninguém experienciando nada parecido. Então, por mais angustiante que seja, a pessoa não vai conseguir se expressar, não vai conseguir simbolizar o que está sentindo.

Pra mim, esta falta de repertório da Linguagem seria a evidência do aparecimento do Real dentro no campo Simbólico. É algo que existe, mas que não consegue ser simbolizado. O nonsense (sem sentido) no simbólico seria equivalente ao “-p” (menos phi) no imaginário. Ambos, representando o Real.

Subjetividade

A última parte da pergunta é como o real se coloca como subjetividade do sujeito. Primeiro, vamos entender o que é a subjetividade.

A Subjetividade é a experiência interna do sujeito com suas percepções. Seria o filtro que recebe as imagens e as inscreve no imaginário. Seria a forma que o indivíduo vai escolher esta ou aquela estrutura de palavras para criar as suas frases (cadeias de significantes). Então, para Lacan, daria pra dizer que as deformidades causadas pelo Real no Imaginário e no Simbólico são justamente os pontos que são únicos para cada sujeito. Então, subjetividade é o que faz cada pessoa única.

OK, acredito que o texto até aqui já responde à pergunta que foi feita. No entanto, não vou resistir e vou fazer uma análise extra sobre uma pequena operação “Matemática” que achei no texto “A Angústia, Sinal do Real”, do Seminário 11 de Lacan, “A Angústia”.

Bônus

A | S
——-
a | A
S |

Acho sensacional a ideia de tentar formalizar os conceitos através de matemática, mesmo que matematicamente, a coisas estejam, no mínimo, confusas pro lado do Lacan 😁.

Embora Lacan não faça comentários claros sobre esta fórmula que ele criou (vale lembrar que isso é a transcrição de um seminário, então, talvez ele tenha explicado melhor para o pessoal que estava assistindo e isso não veio para o livro…). Ele apenas diz que é uma operação de divisão. Então, vamos assumir que isso é verdade.

Ele quer dividir o A pelo S. Nesta primeira fase, o A representa o desejo REAL do grande Outro. Para quem nunca leu Lacan, estamos falando aqui de possíveis vontades, tais como: “Quero um café”, “Quero Casar”, “Quero ser rico”, etc. O S é o sujeito REAL, que entenderia tudo que tem a sua volta, inclusive o Outro. Então, ele conseguiria interagir de forma perfeita com todos à sua volta. Não existe qualquer ruído de comunicação entre eles, o S entende tudo e o A sabe exatamente o que quer. Claro, isso é impossível. Por isso, Lacan propõem esta operação de divisão.

Quando dividimos o A (inteiro) pelo S (inteiro), temos como resultado o A (A cortado) e o resto ‘a’ (a pequeno). Esta operação (por isso que não gosto da matemática de Lacan) não existe. Estamos falando de grandezas diferentes, não dá para dividir maçãs por laranjas, da mesma forma não daria pra dividir um Observador por um Observado; seriam grandezas diferentes. Mas, vamos amenizar um pouco a matemática e continuar interpretando o que eu acho que o Lacan quis dizer.

Na segunda linha, o resultado da divisão é o A (A cortado). O A representa o A (A inteiro menos o a), sendo que o a (a pequeno) é o resto da Operação. Então, o que Lacan está dizendo aqui é que o que A transmite para o S é apenas parte do que realmente quer transmitir, é somente o que A sabe (imaginário) e que consegue verbalizar (Simbólico), este conteúdo limitado é o A (A riscado). O REAL é o que sobra, é o resto a (a pequeno).

Agora, na terceira linha, aparece o S (S riscado). Este realmente não tinha motivo algum para estar ali. A divisão matemática acaba com o resultado e o resto! No entanto, creio que Lacan incluiu o S na forma de indicar que quando a mensagem chega para o S (S inteiro), este tem seu próprio filtro de percepção (Imaginário) e suas próprias limitações de linguagem (Simbólico), o que insere a própria subjetividade na conversa. Assim, o S não é mais inteiro, as limitações do S o transformam em S (S riscado).Como eu falei, não faço ideia se é isso que Lacan quis dizer ou não com esta operação “algébrica”. Mas, este é um entendimento que acredito que expressa bem o conceito que ele queria passar.

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